sexta-feira, 10 de maio de 2013

Campanha brilhante, mas com dois grandes senãos

Na terça-feira não se falava de outra coisa. E hoje ainda mexe. A nova campanha da Fundação ANAR em Espanha para ajudar a proteger crianças em risco tornou-se viral. De manhã o meu facebook estava cheio de posts com o vídeo, à tarde ouvi na rádio no caminho da vacinação do miúdo para casa e à noite voltei a ver o vídeo no noticiário.



A minha primeira reacção deve ter sido semelhante a muita gente. Fiquei comovida a pensar que afinal ainda existe esperança. Ainda existem pessoas neste mundo que genuinamente se preocupam com o mal que o ser humano faz ao seu próximo, em particular às suas crianças. Fiquei com a sensação de que esta campanha pode ajudar a salvar a vida de muitas crianças. E é possível que até tenha alterado para sempre a vida de alguém, de alguma criança maltratada.

Mas depois, ao longo do dia, fui pensando melhor nisto. É tão marcante que uma pessoa fica sempre a pensar nisso. E fez-se o clique. Então se eu em Portugal já levei com isto n vezes em algumas horas, e tudo muito bem explicadinho de como o outdoor funciona, será que em Espanha não está a acontecer o mesmo? Será que lá este vídeo explicativo não está a ser difundido? É que se estiver, a esta hora não deve existir um único agressor em Espanha que não saiba já que os cartazes com este menino são de evitar. A não ser que esteja enclausurado sem qualquer acesso ao exterior para não ter acesso a esta campanha. Mas nesse caso, a criança agredida também o está e o objectivo da campanha perde-se.

Segundo senão: mesmo que isto não tivesse sido espalhado aos setes ventos e nenhum adulto tivesse conhecimento do "truque", a criança ao ver o outdoor com o contacto para o ajudarem não tem a percepção de que o adulto que está com ela não consegue ver essa parte da mensagem. Vai virar a cara ao lado e não se vai atrever a chegar perto do telefone com medo.

Além de tudo isto, se repararem o vídeo que está no Youtube e que já teve seis milhões e tal de visitas em quinze dias não é da autoria da Fundação ANAR mas sim da empresa de marketing que trabalhou com ela, a Grey Spain.

Mas foi bom ver como as pessoas ficaram tocadas com isto e a acreditar que realmente iria ajudar muita criança. Pode ser que sim. Espero que sim.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Primeiro de Maio, segunda ensaboadela

Ena, ena, a gaja voltou!
Disse ao marido que estava cansada de tanto teclar, que a partir de agora tomava ele conta das ocorrências mas o bichinho não sossegou e tive que voltar. Desculpem lá qualquer coisinha...

Então vamos lá às novidades extra-horta. São tantas que tive que fazer uma lista e ordená-las cronologicamente para ver se não me perco. A primeira da lista é o relato do meu dia no passado Dia do Trabalhador, dia 1 de Maio. Sim, eu sei que já lá vai ao fundo mas apetece-me falar sobre isto, aguentem-se à bronca.

Portantos, estava eu na minha vidinha na terça à noite quando recebo a cusquice que era provável que o Pingo Doce fizesse qualquer coisa semelhante com os 50% de desconto em tudo do ano passado na quarta-feira. Achei estranho. Depois disseram que este ano tinha qualquer coisa a ver com o cartão Poupa Mais, que eu tenho. E pensei cá com o meu fecho éclaire. Ora bem, eu vou ter que me levantar de madrugada de qualquer maneira para alimentar o miúdo...

No ano passado soube da coisa eram seis da tarde do próprio dia. Ingénua que sou fui lá para bater com o nariz na porta e com o segurança a dizer que já não podiam deixar entrar mais ninguém que era a loucura. Este ano saí de casa toda pimpona a pensar que desta vez não me enganavam. Mas enganaram. Ou enganei-me eu porque não havia nada para ninguém. Muito reboliço à porta logo às nove da manhã mas muito carrinho de compras a sair vazio. Foi tudo ao mesmo. Pensei eu: "bem, já que aqui estou levo umas coisinhas que me fazem falta.". Pensei eu, e meio Portugal. Espertinhos, os senhores.

Levei duas ou três coisitas para a caixa e depois é que me lembrei que mais um bocadinho e fazia 40 euros para ter os dois euros no cartão (espertinhos....). Pus-me a fazer contas de cabeça. Não chegava. Eu para a senhora atrás de mim:
- Olhe, desculpe, vou só ali buscar mais uma coisinha, está bem?
- Está bem, já agora posso passar à frente que só levo este peixinho?
- Pode, pode.

Corredor 1: leite em pó. Corredor 2: azeite. Caixa, já deve chegar. Senhora da caixa:
- São 40,32€.
- Yessss! Agora queria descontar este vale de 1,50€ no leite se faz favor.
- Ah mas se fizer isso já não tem direito ao desconto no cartão Poupa Mais. E olhe que hoje 40€ dão 4€!
- E agora é que me dizem?! Então deixe lá o vale. À velocidade a que gasto leite amanhã já cá estou batida.

A isto se chama marketing de guerrilha com retroactivos. Sem mexerem um dedo este ano ainda lucraram à conta da campanha do ano passado. Só tenho a fazer-lhes muitas e muitas vénias e esperar um dia ter assim tão boas ideias que duram e duram e duram.

- Ah e tal, no dia do Trabalhador ninguém devia trabalhar.
- Ah e tal, coitadinhos dos empregados estão lá a receber o dobro ou mais.
- Ah e tal, são uns aproveitadores do Povo.
Sim, eu sei disso tudo.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Esta hortelã parece cidreira

Ora viva pessoal! Quem não sabe é como quem não vê. Uma expressão popular que se aplica muito bem ao caso que temos em mãos. A hortelã que plantámos cresceu e parte dela parece-se mais com cidreira. Só cá para nós, esta hortelã nunca me convenceu!


Na altura em que plantámos a hortelã fiquei ligeiramente desconfiado em relação a um dos rebentos da dita hortelã. Apesar de não perceber muito de agricultura, sou apreciador de uma boa caracolada, cuja confecção utiliza hortelã como tempero, e a verdade é que um dos rebentos nunca me fez lembrar muito a dita erva aromática. Por outro lado, na minha infância brinquei muito nos campos e as urtigas, aquelas plantas que dão uma comichão desgraçada quando entram em contacto com a pele, têm um aspecto muito semelhante ao da erva cidreira. Tão semelhante que por uns tempos cheguei a temer ter plantado um monte de urtigas.

Tiradas as dúvidas sinto-me um agricultor afortunado, pois não só consegui plantar hortelã como também cidreira, tal como planeado inicialmente.


De qualquer forma isto não deixa de ser menos embaraçoso. Por isso aprendamos a distinguir visualmente a hortelã da cidreira. Como podem ver pelas fotografias a hortelã tem folhas ovais enquanto que a cidreira tem folhas em forma de coração.

Portanto agora já sabem... desculpem e ignorem algumas das alarvidades passadas. Quanto às urtigas, elas nascem praticamente do nada, se quiserem deixo crescer um monte delas para explicar as diferenças. Boas culturas e até breve.