quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma abóbora na varanda

Nunca gostei nem nunca vou gostar de filmes de terror. Há quem tenha uma verdadeira fixação por filmes deste tipo, eu fujo deles a sete pés. Nem precisa de ser filme de terror, basta ter sangue e um jogo qualquer psicológico que já sou capaz de ter pesadelos durante uma semana. Não, não estou a exagerar.


Acho que nunca me vou esquecer do dia em que fiz 18 anos. Fui ao cinema ver o filme Os dias do fim com as minhas amigas por insistência delas. Mas foram tão fofas, tão fofas, que não me avisaram que o filme era do género Horror/Triller. Se bem que pelo nome eu devia ter suspeitado. Ai doce inocência.

Agora limito-me às comédias românticas. No entanto, desde que o pirralhinho nasceu nunca mais houve sessões de cinema. Nem fora nem dentro de casa. Só tentámos ver uma vez um filme, já nem sei qual, mas tivemos que o dividir em duas ou três partes. Mas isso vai ter que mudar.


Isto tudo para vos dizer que esta noite festeja-se o Halloween e a nossa vaquinha na varanda não podia passar sem comemorar o dia das bruxas. Claro que não fizemos nada de muito horripilante nem nojento. Arranjámos apenas uma pequena abóbora menina, com o seu quê de cómico, para fazer companhia à nossa vaquinha durante as festividades. Uma velinhas e tal e temos um ambiente digno de doçura ou travessura.

Como não tivemos muito tempo ficámos pelo tradicional, mas quando vi esta página fiquei com o bichinho. Para o ano não me enganam. Nem que tenha que começar a preparar o Halloween com um mês de antecedência. Quero umas coisinhas assim para completar o cenário da nossa varanda.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O nosso cantinho está de cara lavada

Quando tivemos a ideia mirabolante de iniciar o blogue Uma vaca na varanda, o que queríamos era divertirmo-nos um pouco com a escrita e dar-vos a conhecer a nossa aventura hortícola. Estávamos tão ansiosos por começar que foi um ver se te avias a estudar o Blogger e a perceber como tudo funcionava. Claro que escolhemos um tema que ficasse fofinho e que se enquadrasse no contexto de uma horta na varanda, mas foi um bocado a despachar.

Uma vaca na varanda: espírito Halloween

Agora, três meses e meio depois do primeiro post, temos o prazer de apresentar a nova e melhorada imagem d'Uma vaca na varanda, também ela inspirada no estilo de decoração shabby chic. Sempre no sentido daquilo que temos vindo a fazer na varanda, leve, elegante e com um bocadinho da nossa personalidade à mistura. Claro que tudo isto não seria possível sem a dedicação da nossa designer preferida, a minha maninha, que teve uma verdadeira paciência de Jó para aturar os nossos devaneios. Ela vai continuar por cá a ajudar-nos nestas coisas dos gráficos, fazendo tudo o que é relativo à imagem do nosso espaço. E como não podia deixar de ser, esta semana a nossa mascote entrou no espírito do Halloween. Nos próximos dias vai estar assim, com companhias mais ou menos tenebrosas.

Espero que gostem. Em breve vamos ter outras surpresas, mais construções e quem sabe mais tropelias também.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os infindáveis mistérios da hortelã

Antes de sair porta fora em busca de sementes das ervas aromáticas que escolhemos lembrei-me, só por curiosidade, de ir pesquisar um bocadinho sobre elas. Acho que é melhor inteirar-me sobre os conceitos básicos de cada erva que escolhi para não fazer figuras tristes quando for ao viveiro comprar sementes, mudas, estacas ou o que quer que se chame ao início de uma erva aromática.

Mojito

Hoje vou debruçar-me sobre a hortelã. Parece que a sua propagação é mais eficaz se for feita por meio de mudas e estacas de galho. Como é óbvio também não sabia o que é uma estaca de galho, mas agora já sei. Faz-se um corte diagonal no galho que se quer plantar, removendo a casca do galho, deixando o miolo exposto, para que dali se formem as raízes. A plantação deve ser feita na Primavera ou no Outono, portanto por aí estamos safos. É tolerante ao frio e à geada - de qualquer forma vai ter sempre a protecção da nossa amiga rede sombreira - gosta de bastante água mas também não quer estar encharcada.

Sopa de ervilha e hortelã Filé de peixe com pesto de hortelã e gergelim
Sumo de melancia, abacaxi e hortelã
Bolas de merengue sobre creme de hortelãBrigadeiro de hortelã

Em termos de utilização terapêutica é boa para a digestão, dores de cabeça, gripes e constipações. No jardim aconselham a plantar perto das rosas para afastar os pulgões, o que é uma óptima dica porque estou mesmo a pensar em ter rosas no nosso jardim de varanda. Ou não fosse ele um jardim shabby chic. Na culinária é muito utilizada nas receitas de peixe, assim como nos legumes. É usada também como aromatizante de doces e alimentos de conserva e na preparação de licores.

Uma amiga aconselhou-me a plantar a hortelã-chocolate. E até já estive a ver umas receitas que levam esta erva que me pareceram no mínimo deliciosas.

Imagens de: Vive Rum Festival, Cucchiaio Pieno, Armazém das Especiarias, Aromas da Minha Cozinha, Aromáticas Vivas e Bandejão Gourmet.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

É melhor abrir os buracos dos vasos

É sabido que a estação do ano em que nos encontramos não permite cultivar qualquer vegetal ou planta. A maioria das culturas não suporta muito bem o frio. E como se isso já não bastasse, o homem não pára de virar e revirar os poucos e frágeis rebentos que temos a crescer na horta da varanda. Armado em esperto e contra todas as recomendações, achou que os buracos dos vasos e das floreiras  ficavam bem era tapados. Sim, aqueles buracos que supostamente servem para drenar a água em excesso. Assim como assim, eu também já não queria pratos por baixo dos vasos.

Sistema de rega inteligenteVasos com buraco para escoar águaVaso com buraco para escoar água

Entretanto, com o andamento da horta, o marido foi-se apercebendo que a ideia inicial de tapar os buracos no fundo dos vasos é muito gira mas é capaz de não resultar. As hortícolas estão a ficar um bocado murchas e estamos sem perceber se é a água que se está a depositar no fundo dos vasos ou se é só por estarmos a caminhar para o Inverno. Pelo sim, pelo não, e como não podemos mandar no tempo, o marido abriu um buraco no fundo de todos os vasos. Da forma como organizámos a horta vertical, caso se regue um vaso em excesso a água a mais pinga dos vasos de cima para os de baixo e depois para a floreira de cima. Isto sim é uma solução inteligente para não se utilizar pratos debaixo dos vasos.

As floreiras por enquanto ainda estão tapadas, mas acho que não vai ser por muito tempo.

Salsa um bocado murchaRebentos de goji um bocado murchos

Mas esperem, antes da história dos buracos, houve a história da manta. Se estão lembrados, pela altura que preparámos os primeiros vasos e a primeira floreira, não conseguimos adquirir manta geotêxtil. Por isso só colocámos argila expandida no fundo dos recipientes e terminámos de encher com substrato universal. Mais tarde desencantámos finalmente a manta e o marido toca de mudar as culturas dos vasos, porque a manta é que era o segredo para não matar as plantas com água a mais. Veio o frio e naturalmente os vegetais ressentiram-se. Pudera, os coitadinhos dos rebentos ainda são tão pequeninos. Mas não! Na dúvida vai de abrir os buracos que pode ser água a mais e para facilitar a tarefa toca de mudar novamente os desgraçados dos rebentos de salsa e de goji.

Espinafre no meio dos tomateiros
Rebento de tomateiroEspinafre

Já viram isto? Não morrem do mal, morrem da cura. Mas há mais! Pela mesma razão, recentemente o raio do homem decidiu repetir a proeza e colocou manta geotêxtil na floreira mais antiga, transplantando primeiro os rebentos de espinafre para a floreira dos tomateiros. Como foi preciso arrancar alguns rebentos de tomateiro para plantar os espinafres, o marido aproveitou e plantou esses tomateiros na floreira antiga dos espinafres.

Rebentos de morangueiroMorangueiroFolha de morangueiro

Vocês já viram o que eu tenho que aturar? Com tanta troca e baldroca já só estou à espera de ver morrer tudo o que semeámos até agora. Só os morangueiros é que escaparam ao reboliço.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Horta na varanda 2.0

Tadaaan! Depois de vinte e quatro horinhas de suspense - que para nós passaram a correr - aqui temos a nova versão da nossa horta na varanda. O marido fez questão de fazer uma imagem panorâmica vertical para mostrar todo o esplendor da nossa horta. Com o comprimento que a varanda tem, se ele tirasse uma foto normal só apanhava metade da horta. E assim não era a mesma coisa, pois não?

Horta vertical Três vasos decorados com tecido encaixados em argolas Um vaso decorado com tecido encaixado numa argola
Floreiras dispostas em socalcos

Acho que ficou mesmo giro. O padrão dos vasos fica bem destacado com o branco todo que tem por trás. O pormenor do vaso que tem a salsa plantada no cantinho do quadro está um amor. O detalhe da madeira raspada ao de leves para parecer gasta pelo tempo ficou mesmo ao estilo shabby chic. Agora estou ansiosa para que as culturas cresçam bem para ficar com uma horta toda verdinha e bonita. Mas só de pensar que vem aí o Inverno estou algo receosa, tanto pelas culturas que já semeámos e plantámos como pelas ervas aromáticas que ainda planeamos semear. É que pensando bem, Outono e Inverno não são as melhores estações do ano para se praticar a agricultura. Mas este não é o momento para agoirar.

Como sabem, dos nove vasos apresentados no quadro só nos três vasos de baixo é que estão a crescer vegetais, precisamente salsa e goji, uma erva aromática e uma árvore de fruto. Vamos ver se resistem a este tempo húmido e frio. Durante esta semana falei-vos de um conjunto de ervas aromáticas que ponderamos semear nos restantes vasos da horta vertical. Digo ponderamos porque não gosto da ideia de semear só por semear. Quero muito ver o quadro manchado de verde, com um pormenor de cor aqui e ali. Vou perguntar ao tio Google que ele é capaz de saber quais as ervas aromáticas que se podem semear nesta época do ano.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Horta vertical: fixar o quadro na parede

Já temos o quadro da horta vertical fixo à parede. Previa-se uma tarefa simples mas, para variar, tivemos que ter o caminho um bocadinho dificultado. Não foi tão grave como no primeiro contratempo, mas fez igualmente soar o construtor.

Quadro da horta vertical fixo na parede da varanda

Desta vez o problema não foi furar a parede, isso correu sem grandes dificuldades, mesmo que com uma broca de 10 mm. O que complicou a colocação do quadro na parede foram dois parafusos grandes que os inquilinos anteriores do apartamento deixaram na parede da varanda. Por azar o quadro teve que calhar mesmo em cima do sítio onde estavam os parafusos. O homem tentou desenroscá-los mas não teve sucesso. O raio dos parafusos tiveram que ser cortados.

Cortar um parafuso com uma lâmina dentada e dois alicatesCortar um parafuso com uma lâmina dentada e dois alicates

Primeiro o construtor tentou cortar os parafusos com um serrote de ferro pequeno. Tentou de várias formas, por cima, por baixo, inclinado mas não havia maneira de conseguir cortar os parafusos rentes com o serrote. Mais uma vez foi preciso improvisar. Tirou a lâmina dentada do serrote, pegou em dois alicates e segurou-a na ponta dos alicates, um de cada lado. Depois foi só serrar. Só como quem diz que ainda demorou um bom bocado.

Partir um parafuso com um martelo Enroscar as escápulas com uma chave inglesa

Quando finalmente conseguiu cortar cerca de metade do diâmetro de cada parafuso, o construtor pegou no martelo e deu-lhes umas marteladas até partirem. Não ficou perfeito mas deu para desenrascar. Ficou metade do parafuso dentro da parede mas com o quadro por cima ninguém vê.

Passada a tormenta, o marido fez quatro furos, dois em cima e dois em baixo, usou quatro buchas e quatro escápulas. Comparado com o martírio que passou outrora, desta vez foi limpinho. Com a ajuda de uma chave inglesa apertou as escápulas até a distância da parede à curvatura ser a mesma que a grossura da estrutura de ferro do painel e está feito.

Pormenor de uma das escapulas que seguram o quadro

Acho que ficou mesmo giro, um bocado de esguelha e tal, mas giro. E para fazer um bocadinho de suspense, amanhã mostramos como ficou tudo. Vai ser a versão 2.0 da nossa horta na varanda.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O que semear na horta vertical?

Agora que temos o nossa horta vertical pronta com nove vasos super giros surgiu-nos uma pequenina dúvida. Uma coisinha assim sem grande importância. O que vamos semear nos vasos vazios?

Em três dos nove vasos já habitam culturas, dois têm salsa e um tem Goji. No entanto um dos vasos que agora tem salsa vai ter que alojar outra erva aromática lá mais para a frente. Queremos uma horta vertical o mais diversificada possível. Por enquanto ainda estamos na expectativa de ver qual a salsa que se dá melhor, se a que foi plantada ou a que foi semeada. Também se pode dar o caso de nenhuma das duas se dar bem. A salsa cria uma raiz comprida e já ouvi dizer que por isso a salsa não gosta muito de vasos. É verdade que neste momento estão as duas um bocadito murchinhas. Mas com este tempo nublado e chuvoso, quem não está?

Sendo assim, temos seis vasos decorados e preparados com argila expandida, manta geotêxtil e substrato universal, prontos a receber o que quer que decidamos a plantar. Como sou uma naba tanto em agricultura como na culinária, as minhas necessidades mais urgentes ao nível da horta eram, e passo a enumerar... salsa. Ela plantada já está, mas daqui até fazer uma refeição com ela é outra história. Ou seja, como não tenho mais nenhuma erva aromática que me faça mesmo muita falta, vou inventar um bocadinho. Só para variar.

Assim de repente o palpite que mando para o ar passa por hortelã, manjericão, alecrim, cebolinho, cidreira, malagueta e tomilho.

Hortelã

A hortelã porque é uma referência da minha infância, sempre existiu em casa dos meus pais, hei-de-lhe arranjar alguma utilidade.

Manjericão

O manjericão porque no último casamento a que fomos alguém me disse que utiliza muito em massas e que fica espectacular.

Alecrim

O alecrim porque, além de fazer um vaso muito bonito, já vi muitas receitas de porco com alecrim e tenho curiosidade em experimentar.

Cebolinho

O cebolinho para fugir à cebola aqui e ali, principalmente em saladas.

Cidreira

A cidreira para os chás cá de casa.

Malagueta

A malagueta porque o marido quer experimentar em vez do piri-piri em pó que uso agora (cá para mim vai dar asneira).

Tomilho

O tomilho porque comprei um frasco de folhas secas para usar de vez em quando e gosto da ideia de o usar acabadinho de colher.

Não faço ideia se agora é altura de semear alguma destas ervas aromáticas, mas também não nos temos preocupado muito com isso. Tem sido semear e ver no que dá. Tipo cientista louco. Vou então só ali tratar de providenciar as sementes de todas as ervas e mais algumas e já volto com mais experiências. Enquanto esperam, os nossos queridos leitores têm alguma sugestão?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Horta vertical: o painel está lindo

Para o início da nossa horta vertical decidimos fazer um quadro de vasos numa das paredes da varanda. Entretanto o meu cunhado fez a moldura em ferro e o meu marido o painel em madeira para encaixar na moldura. Fizeram também nove argolas em ferro para fixar no painel de madeira onde irão encaixar nove vasos. Faltava só pintar para ficar pronto. Foi então que se gerou a confusão. Pintar de que cor?

Quadro da horta vertical pronto sem vasos

O painel de madeira foi todo pintado de branco e ligeiramente lixado para ficar com aspecto de gasto. Como sobrou tinta branca da decoração das floreiras, não pensámos muito, aproveitámos e aplicámos-la também no painel. Mas no caso da moldura a ideia era fazer algo diferente. Mas o quê? Começámos por pensar noutras opções de cor. Nisso um amigo sugerir-nos que usássemos vinagre para acelerar o processo de oxidação do ferro e que depois o envernizássemos apenas. Disse que ficava muito giro e que o ferro enferrujado está muito na moda. Talvez, mas a avaliar pelo que vi e li sobre o shabby chic acho que um objecto todo coberto de ferrugem não deve estar muito dentro do conceito. Uns apontamentos aqui e ali ainda vá lá, mas um mono destes não me estava a cair bem ficar com esse aspecto.

Continuámos então a pensar noutras cores possíveis. A primeira candidata foi o verde escuro. Sugestão do marido. Não me pareceu nada bem porque ia ofuscar o verde das hortícolas que, esperamos nós, vamos ter daqui a uns tempos. Além disso já temos metros de verde espalhados pela varanda com a rede sombreira. Decididamente não. A segunda opção foi o azul para combinar com o padrão dos vasos forrados com tecido. Depois pensei melhor e achei que ia fazer demasiado pandã. Além disso o azul e branco sempre me fizeram lembrar o tema marítimo de que não sou grande fã para decorações. Ainda por cima de uma horta-jardim numa varanda.

Argolas pintadas de brancoMoldura do quadro pintada de branco

A única certeza que tinha é que as argolas tinham que ser pintadas de branco. Posto isto, deixámos a decoração da moldura em standby e o homem foi comprar a tinta para pintar as argolas. Mas mesmo assim ele teve o cuidado de me ligar.
- Oh fofuxa, eles têm aqui branco brilhante e branco marfim. Qual é que preferes?
O meu primeiro pensamento foi responder-lhe "Eh pá, é tudo branco! Trás um qualquer!". Mas ele foi tão fofo em ligar-me que lhe disse para trazer o branco marfim. Acho que o brilhante não iria ficar tão bem. Ele assim fez e como era só para pintar as argolas comprou uma lata pequenina de tinta para metal. Mas mesmo assim sobrou praticamente toda. Vai daí, juntámos o útil ao agradável e fomos pela via mais simples. Como o estilo shabby chic assenta muito no branco - adivinhem lá - a moldura foi corrida também a branco marfim.

E pronto. Temos o nosso painel ao estilo branco, mais branco não há. Mas acho que assim o padrão dos vasos e o verde das hortícolas vão sobressair bastante. E é essa a nossa intenção.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Praia fluvial de Olhos de Fervença, Cantanhede

Com este post iniciamos a rubrica passear comigo [amar e ser feliz] - como no êxito de 1983 dos Broa de Mel - e vamos de bicicleta com Uma vaca na varanda até à praia fluvial de Olhos de Fervença, concelho de Cantanhede. Mas calma! A parte de pedalar só têm que imaginar que eu já pedalei tudo.

Pela altura das comemorações da Implantação da República, 5 de Outubro, feriado pela última vez, participámos num passeio de bicicleta lá da terra de onde vim. Ainda pensei levar o miúdo de bicicleta numa cadeirinha - a mulher não porque já é grande - mas ele ainda não se consegue sentar lá muito bem, por isso fui sozinho na minha mula de duas rodas. E que mula meus amigos! Arrumou comigo a safada.

Monumento dádiva dos deuses

Então, para não variar, os que apareceram para pedalar não foram muitos - até podia dizer que foram poucos, mas assim parece que foram mais - todos ciclistas de fim-de-semana, especialistas em voltas de 1 a 2 quilómetros. Excepto eu, claro, que nem isso faço. Noutro tempo talvez conseguisse fazer o percurso sem suar, mas agora... O que me valeu foi o carro vassoura.

Todos de bicicleta estrada foraCarro vassoura

Obviamente, pelo caminho não resisti a fotografar tudo o que achei interessante a nível de agricultura e afins. Adivinhem lá o quê? Espigas de milho, mais milho e abóboras-meninas. Mas desta vez a festa foi diferente, abóboras gigantes empurradas de carrinho pelo zé povinho. É caso para dizer "e esta heim"! Outra cena que me chamou a atenção e que também tem qualquer coisa de irónico, foi duas mulheres, uma num tractor e outra com um engaço, a armazenar silagem para sustentar os animais durante o inverno que se avizinha.

Espigas de milhoMilho
Brasão da bandeira portuguesaCarro de mão cheio de abóboras-meninas
Duas mulheres a armazenarem a silagem

Ao fim de mais de duas horas a pedalar, sempre a perguntar de cinco em cinco minutos "já chegámos?", lá alcançámos o quilómetro mais desejado. Finalmente estávamos na praia fluvial de Olhos de Fervença e mesmo a tempo da hora de almoço, que já estava bem encaminhado pela equipa de apoio. Dirigimo-nos todos para o parque de merendas que tem um grande alpendre no centro, coberto de uma planta trepadeira e fica anexo a um parque infantil. Amarrei a mula a um pinheiro e pus-me a jeito de encher a barriguinha. Escusado será dizer que para comer apareceram muitos mais.

Alpendre do parque de merendasFolhas verdes de uma planta trepadeira
Parque de merendasParque infantil
Bicicleta de montanha para a prática de freeride/downhill

Depois de almoço fui mostrar o espaço à fofuxa. A nascente de Olhos de Fervença que, segundo um senhor que parecia entendido na matéria, abastece de água o concelho de Cantanhede, Mira e Montemor-o-velho, e talvez ainda outros limítrofes. Ora bem, o que a nascente abastece ao certo não sei, mas a avaliar pelo parque de lazer, pelo palco de espectáculos, pelo jardim e pela represa, o espaço é grande o suficiente para divertir o pessoal de todas essas terras.

Nascente de Olhos de Fervença
Parque junto à nascentePalco de espectáculos
Represa da praia fluvialVista da praia fluvial para o jardim

Realmente já não me lembrava que a praia fluvial de Olhos de Fervença é um sítio de lazer bem porreiro.
- Nem agora, nem no tempo de namoro que nunca cá me trouxeste!
- Deixa lá, trouxe-te agora. E se Deus quiser, havemos de cá voltar para o ano, para o miúdo brincar na água, que esta praia é muito fixe para os mais pequenos.
Foi o que alguma da malta fez, aproveitou e deu um mergulho lá mais para a tardinha. Eu não. Comi tanto que não consegui fazer a digestão antes de ser horas de voltar para casa. Em vez disso aproveitei para fotografar os olhos de água e a natureza envolvente.

Olhos de águaBolhas de ar na superfície da água
Libelinhas a acasalarPormenor de uma erva junto à nascente

Gostaram do passeio? Eu também, mas depois ainda tive que puxar pela mula mais uma carrada de quilómetros até a casa.