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Índice
Introdução
Quando se pretende transformar uma varanda na mais fantástica horta-jardim alguma vez vista neste tipo de espaço não se pode descorar a decoração. E isto é válido também para outros tipos de espaços como terraços e marquises. Pode-se admitir que os ornamentos não sejam a componente mais importante de uma horta, mas num jardim é tarefa obrigatória decorar o espaço. Aliás, a palavra jardim está muito ligada a adornos, a tudo o que se aplica para ocultar ou disfarçar a vulgaridade ou a simplicidade de um espaço, à beleza e à fertilidade, ao lazer e à exibição.
O ser humano tem uma atracção especial por tudo o que considera belo. No que a espaços verdes diz respeito, se a imagem de um lugar seduzir uma pessoa, essa pessoa é invadida por um sentimento momentâneo de bem-estar e tranquilidade. Todos nós sonhamos um dia encontrar o nosso paraíso. Para a vaquinha o paraíso será uma pequena plataforma saliente da fachada de um qualquer edifício, de uma qualquer cidade, deste pequeno país à beira-mar plantado.
Não foi fácil escolher o tema para a decoração d’Uma vaca na varanda. Inicialmente andou-se um bocado à deriva à procura de algo entre o vintage e o campestre. Foi então que numa das muitas pesquisas realizadas se descobriu o conceito de decoração que realmente se pretendia, o shabby chic.
E perguntam vocês: o que é o shabby chic? Pois bem, segundo a Wikipédia é um estilo de design de interiores onde se utilizam móveis desgastados pelo tempo ou apenas com aspecto disso. As cores mais usadas são neutras, como o branco e os pastéis, não podendo faltar rosas e objectos mais femininos. Há quem lhe chame também cottage style ou estilo chalé, mas por cá adoptou-se o nome shabby chic.
Como certamente já devem saber, espaço é coisa que não abunda nesta varanda. Não será fácil concretizar muitas das ideias que se podem encontrar por aí na Internet. Será um desafio e ter-se-á que personalizar muita coisa e talvez até inovar nalguns aspectos. Contudo, ideias não faltarão de certeza e a vaquinha terá o seu pequeno paraíso.
Vasos pequenos
Para começar adquiriu-se um pequeno vaso de barro para plantas miúdas, neste caso como a ideia é criar uma horta pequenina, este tipo de recipiente pode servir muito bem para cultivar as ervas aromáticas. Mas antes disso, primeiro decorou-se o vasito a preceito. Apesar de que, traduzido à letra, shabby chic significa algo como “gasto chique”, logo poder-se-ia utilizar o vaso de barro no seu estado natural.
No entanto é de lembrar que se construiu a marquise com rede sombreira, o que por si só já tem um ar um bocado shabby, sem o chic. Portanto no caso do paraíso d’Uma vaca na varanda foi necessário dar um toque especial ao vaso e torná-lo um pouco chic, que é como quem diz forrá-lo com tecido com um padrão bonito, dentro do tema de decoração escolhido, naturalmente.
Material
Decorar um vaso pequeno com uma peça de tecido não é muito complicado nem muito dispendioso. Basta utilizar os seguintes materiais:
- Vaso de barro pequeno;
- Peça de tecido;
- Tesoura;
- Verniz cola indicado para decoupage;
- Pincel para espalhar a cola.
Devido às características do tecido é muito provável que a cor deste fique um pouco ofuscada pela cor natural do vaso de barro depois de decorado. Para realçar as cores do tecido pode-se pintar primeiro o vaso de branco. Para isso necessita ainda de:
- Tinta de água ou plástica para parede de cor branca;
- Pincel para pintar.
Se optar por um vaso de barro cónico, como o apresentado na imagem anterior, o tecido terá que ter uma forma circular para assentar correctamente. Para determinar as medidas certas da peça de tecido que deve adquirir pode determinar exactamente qual o seu feitio e tamanho, através de um conjunto de cálculos matemáticos, nomeadamente de trigonometria. Há duas medidas que são obviamente indispensáveis para comprar o tecido, comprimento e largura. Outra medida importante é o raio que define a circunferência que dá forma ao molde.
Uma vaca na varanda fez as contas e disponibiliza-lhe aqui um formulário para determinar todas as medidas que precisa saber. Introduza as medidas do vaso e as margens que pretende e clique em calcular.
Criar o molde de papel
Uma vez calculado o raio da circunferência que define o molde, com a ajuda de um compasso é bastante simples desenhar o formato do molde numa folha de papel. Como já se deve ter apercebido, para isso necessita de um compasso de grandes dimensões. Isso ou de um bocado de fio e de uma agulha, prego ou outro artefacto que sirva como ponto fixo central.
Sabendo qual o valor dos raios exterior e interior, corte dois bocados de fio ou linha com cerca de 10 cm a mais relativamente aos valores calculados. Em cada ponta faça um engate de aperto ajustável.
Fixe a agulha, ou o que quer que tenha escolhido para o efeito, no ponto central da circunferência. Amarre uma das pontas do fio mais extenso ao artefacto central, utilizando por exemplo o Girth Hitch.
Na outra ponta ajuste o engate de aperto rápido à medida do raio exterior, oriente uma folha A3 ou maior numa posição perpendicular ao raio e trace parte da circunferência exterior do molde. Sem mexer na posição da folha, da mesma forma trace a circunferência interior utilizando agora o fio mais curto.
Para finalizar o desenho do molde, com uma régua meça a distância ao centro calculada. Aponte o início da escala de medição ao ponto central superior e rode a régua até que esta intercepte a circunferência exterior na distância ao centro. Com um lápis marque o ponto de intercepção. Depois trace uma linha recta entre o centro da circunferência e o ponto de intercepção. Repita o mesmo procedimento para o outro lado.
Recorte o molde de papel e contorne-o com uma caneta em cima do tecido. Recorte o tecido e está pronto para colar direitinho no vaso.
Forrar o vaso
Para decorar os vasos d’Uma vaca na varanda escolheu-se uma tecido azul-turquesa com um padrão branco, todo shabby chic, com algumas rosas e a fazer lembrar o antigamente. Segundo os cálculos comprou-se uma tira com 20 cm de largura e 150 de comprimento. Aproveitada ao máximo deu para forrar quatro vasos dos escolhidos.
Com o pincel espalhe o verniz cola numa pincelada de cima a baixo. Pegue na peça de tecido recortada anteriormente e cole-a no vaso, começando por uma lateral. Acerte bem as margens do tecido em cima e em baixo. Continue a espalhar a cola de cima a baixo numa pincelada e a colar o tecido, um bocado de cada vez, até dar a volta completa ao vaso. Depois ajuste o tecido na boca e no fundo do vaso.
Para finalizar, espalhe uma camada uniforme de verniz cola por cima de todo o tecido. Se enfiar o vaso de boca para baixo numa garrafa de água facilita o manuseamento do vaso, assim como a secagem.
Se preferir pode ainda desenhar um outro molde, com cerca de dois a três centímetros de altura, e recortar uma tira de tecido para um melhor acabamento do interior da boca do vaso.
Floreiras
Será que se pode considerar uma horta meia dúzia de vasos pequenos com apenas algumas culturas de ervas aromáticas? Uma horta que se preze tem que ter algo mais substancial, certo? Pois bem, para além dos vasos pequenos adquiriram-se algumas floreiras para semear ou plantar hortícolas a sério, como espinafre e tomate. Desta forma já se pode classificar o espaço como uma verdadeira horta, por muito pequenino que seja.
As floreiras também tiveram direito a um tratamento personalizado. Para estas optou-se por uma técnica de decoração diferente da aplicada nos vasos. Uma vez que se escolheu umas floreiras de barro com riscas verticais salientes, decidiu-se que estas ficariam melhor se embelezadas apenas com um simples trabalho de pintura, em vez de tecido. Além do trabalhão que seria e do investimento que implicaria decorar as floreiras com tecido, esteticamente talvez não resultasse tão bem quanto nos vasos pequenos, pelo menos no conceito que se idealizou para Uma vaca na varanda. De qualquer forma considera-se importante variar na decoração dos elementos que constituem um espaço, sem exageros e sempre dentro do conceito geral, obviamente.
Para fazer justiça ao nome shabby chic achou-se que as floreiras ficavam bem com uma espécie de acabamento decapê. Para quem não conhece, decapê é uma técnica de pintura decorativa, muito utilizada na decoração de mobiliário, que procura reproduzir o aspecto acetinado que a madeira adquire depois de muitos anos de desgaste natural ou exposição à luz solar, conferindo uma aparência envelhecida aos objectos. Esta técnica de envelhecimento forçado teve origem na França, quando os marceneiros tentaram imitar a beleza única das peças caras de mobília desgastadas dos nobres.
Material
Como o construtor d’Uma vaca na varanda não percebe grande coisa de técnicas de pintura decorativa, decapê ou outra qualquer, fez-se o trabalho à boa maneira portuguesa e despachou-se a coisa apenas com o seguinte material:
- Floreira de barro;
- Tinta de água ou plástica para parede de cor branca;
- Pincel para pintar;
- Lixa para madeira.
Pintura decorativa
Trabalho mais simples é quase impossível. Pede-se desculpa aos aficionados da verdadeira pintura decorativa decapê, mas a ideia aqui é decorar as floreiras com o menor custo e trabalho possíveis.
Comece por pintar a floreira de branco com o pincel. Não há grande necessidade de pintar o fundo da floreira nem todo o seu interior. Poupe a tinta e pinte apenas as partes visíveis.
Depois de bem seca, o que pode demorar ainda umas boas horas, pegue na lixa e desgaste tudo o que são rebordos, neste caso da floreira. Aqui não há grandes conselhos a dar, confie no seu bom gosto e lixe simplesmente até conseguir o efeito que se pretende.
Et voilá, uma floreira toda shabby chic, decorada com a técnica de pintura decapê à moda de la construtor.
Horta
Depois de todo o trabalho e tempo investidos na decoração dos vasos e das floreiras, na transformação do rústico desinteressante em algo mais requintado e chamativo, faz todo o sentido organizar-se a horta de uma forma mais glamorosa. De modo algum os recipientes de cultivo poderão ficar espalhados pelo chão da varanda. Sendo assim, seguindo a mesma linha de decoração, importa agora construir-se estruturas de suporte para os vasos e as floreiras.
A área da varanda que se reservou para a horta d’Uma vaca na varanda tem exactamente 110 centímetros de largura por 60 de comprimento, um espaço bastante reduzido, portanto. Dá para acomodar três floreiras e pouco mais. Contudo, se considerarmos também o espaço reservado em altura, as possibilidades de cultivo aumentam significativamente, pois nesta perspectiva dispõe-se de 2,60 metros, mais especificamente, de duas paredes com 110 e 60 centímetros de largura. Nada de muito extraordinário, é certo, mas considerando a área de cultivo insignificante de que se dispõe na horizontal, para se conseguir uma horta digna do nome é imprescindível cultivar também na vertical.
E perguntam vocês, mas que tipo de estruturas é que poderemos construir? Pois bem, primeiro que tudo o que quer que se construa tem que caber no espaço disponível. Cumprindo-se esse requisito básico a imaginação é o limite, e a Internet é sempre uma boa fonte de inspiração. Numa pesquisa rápida sobre o assunto descobriu-se vários exemplos interessantes de pequenas hortas em que se reutilizam paletes como estruturas de cultivo. Uma ideia criativa sim senhora. Mas o que acham da ideia de reciclar em vez de reutilizar?
Uma espécie de socalcos
Gavetão para arrumos
Horta vertical
Este documento está inacabado, o trabalho de decoração da varanda ainda está a decorrer. Última alteração efectuada a 18 de Novembro de 2012.
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